Não há beleza maior que gestar e cuidar da vida
Nobre tarefa do feminino.
Útero que recebe, gesta, dá a luz, nutre, sacia e entrega à Vida.
O feminino manifesta a vida na forma, torna visível o invisível, o divino humano.
O feminino é o portal da manifestação.
O princípio feminino existe em todos nós, homens e mulheres, assim como o princípio masculino. Mas manifesta-se corporificado no corpo da mulher, no corpo de todas as fêmeas cumprindo através desse corpo, dos óvulos que ele produz, sua contribuição na manifestação da vida.
Em algum momento,
não sei onde,
nem quando,
nem porquê,
declaramos supremacia ao princípio masculino,
nos distanciamos e ferimos o princípio feminino, relegando-o a um segundo plano.
Fizemos isso de várias maneiras:
Superestimando o espírito em detrimento a matéria,
o céu em detrimento a terra,
o homem em detrimento a mulher,
o universo masculino em detrimento ao universo feminino.
Nos tornamos frenéticos, compulsivos, impacientes, carregados, competitivos.
Perdemos a espontaneidade, a capacidade de reflexão, de ponderação.
Ficamos em desequilíbrio, em uma perna só.
Carentes de pausa, recolhimento, aconchego, descanso, amor. Atributos que o princípio feminino pode nos oferecer.
Padecemos de falta de amor. O aspecto feminino nos ajuda a gestar o amor.
Ansiamos pelo amor que nos resgata, pelo respeito que nos nivela.
Não podemos fazer isso sem resgatar em nós o princípio feminino. Inclusive nós mulheres que super desenvolvemos em nós o princípio masculino para alcançar nossa independência.
Precisamos devolver ao princípio feminino sua supremacia, ao lado do princípio masculino, onde são complementares e igualmente essenciais.
Nossa alma anseia por reconectarmos com nossa essência.
Precisamos apoiar-nos na terra com as duas pernas. Resgatar nosso equilíbrio, nossa real força.
Carecemos da beleza, do amor materno que o princípio feminino traz em si.
Amor que acolhe, respeita, gesta, resgata.
Amor que dá a luz.
A luz que nosso ser individual e coletivo anseia por encontrar.